sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sindrome de Virgilio



O pontapé inicial foi dado. A jornada começou. Nesta semana, por um questão de integração e unidade, eu e Alexandre D'Lou estivemos em tempo integral com os jovens. Buscando proporcionar descobertas, nos apoiamos no óbvio como a vivencia dos jovens em nossa região, seus gostos, suas expectavivas sobre o PJU em conversas animadas; e também nos apoiamos em Chico Buarque e Sérgio Bardotti para falar não apenas de Arte e Cidade, mas também sobre a política que atravessa a obra citada.
Os jovens amaram. Escutaram as canções, cantaram juntos, discutiram os arquétipos e descobriram a si mesmos e outros cidadãos nas metáforas sociais do musical. Gratificante!
Logo depois, no terceiro encontro, estavam brincando de partidos politicos - brincando com uma dignidade que causará inveja em qualquer politico partidário real. Houve eleições, voto, um simulacro de democracia. O programa começou muito bem, ao meu ver.
Hoje, nos reunimos para conversar sobre este primeiro momento. Os erros foram poucos e sem importância, o que ficou em relevo foi realmente o resultado das atividades e a aprovação dos participantes.
Acredito que estamos no caminho certo - e quando digo "caminho certo", não estou querendo dizer que será fácil. Há uma busca individual e outra busca coletiva dentro de cada jovem do programa, assim como também de nós, técnicos e educadores do Ipedesh. Há o desejo de mudança - de provocá-la e de vê-la acontecer em primeiras  instância nos olhos de nossos Dantes em busca de suas Beatrizes. São tantos mundos a conhecer, tantos territórios a explorar, que tenho vontade de escrever na lousa da Associação Amigos da Cidade Nova São Miguel: "Vós que entrais, Perdei todas as esperanças de continuar os  mesmos: a busca pela transformação é incessante e inevitável por aqui, e nem mesmo Dante sacaria isto de prima pois, para chegar ao paraíso, teve que passar pelo inferno".
Devaneio? É, sou assim mesmo. Mas os jovens são incríveis e não permitem outra margem de pensamento. Me sinto Virgilio, tendo a honra de conduzi Dante. E tenho plena convicção que não poderia ser diferente.

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